Meus olhos embaçados por não conseguir piscar fazem pouco caso das besteiras no jornal. Deito no verde escuro da grama coberta por areia e só faço pensar no natal. A fumaça sai da boca e eu não sei se é frio ou poeira da alma. Ou se é a calma se esvaindo.
Sinto a ponta do meu coração pulsar na garganta feito remédio ruim que amarga a boca. Sinto pelas doses injetadas no pulso deixarem cicatrizes como as bobagens que ouvi. Rezo pro silêncio ouvir meus segundos de insanidade. Não há em que acreditar já que a tua mão me soltou.
Ao pular da ponte em seis de abril, a transparência do rio de barro pode me esmagar, fazendo jus ao drama que vivencio. Pra deixar o cansaço do cotidiano se perder nas margens.
Mas não há sequer uma ponte que ligue nossos estados, não há divisa entre teu ponto alto e a minha depressão. Só o que existe é o verso que faz graça com a vontade, e o orgulho que cala a saudade ao preferir a insônia.
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