segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Unrequited love

Eu fecho os olhos e me lembro de tudo. Você se aproximando, gentilmente descruzando os meus braços, tirando meu cabelo do rosto enquanto o tocava. O peso dos teus olhos em mim, o efeito que o teu sorriso causava no meu corpo. Você entortava um pouco os lábios e eu me arrepiava inteira. Era ridículo. Até sinto o gosto de cigarro que você deixou na minha boca. 
Eu me viciei, você foi embora. Ainda te procuro em todo cinzeiro que encontro por aí.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

These scars of mine make wounded rhymes tonight

A única coisa produtiva que tenho feito é fumar, e isso só é produtivo quando você deixa de se importar. Você não se importa se vai morrer ou não. Se vai doer ou não. Se vai demorar ou não. Nada faz mais tanto sentido assim e você já não liga.
Eu não sei se vivo em parcelas ou se morro do mesmo jeito, embora não saiba se posso dizer que vivo quando na verdade eu apenas existo e ocupo espaço. Tá decidido, sou um fantasma vagando entre pessoas e suas histórias, sendo um grande tanto faz.
Me sinto aprisionada em meu corpo. Olho pra todos os cantos e não encontro uma saída, nem mesmo um lugar pra me esconder dessa loucura que é tentar viver. E não há nada mais tóxico que a vida.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Conversa de bêbada

Cansei desse teu papo pra me prender
e do teu choro de criança mimada.
Cansei do teu sorriso
 e dos teus beijos.
Cansei do teu nome
e do teu apartamento.
Cansei da tua cama,
dos teus dedos e dos teus gemidos.
Cansei do teu corpo quente colado no meu
e de como éramos nós.