terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Nove meses num dia só

Prendi o gosto pela leveza do teu embaraço de passos, trancei teus lábios doces e febris em meu arrogante aroma. Nossos corpos unidos pelo laço dos braços em comunhão.
Te guardo do mundo, a protejo de toda adaga atirada por olhos invejosos na esquina do fim. Te sinto em cada arrepio dos dedos dançantes na briga suave dos teus medos junto aos meus. Busca por território.
Rabisco teu nome num pedaço da pele que é pra garantir presença todo segundo do dia.
Dá pra se fazer poesia com a asa do inseto na flor. Dá pra se fazer poesia da tua costela, e dos pontilhados que a caneta deixa na mão. Tudo deixa de ser patético quando se apaga a luz do abajur na mesa de cabeceira. Amor, poesia é feita do nosso ardor.
Meu casaco marrom pendurado atrás da porta, guarda-chuva pros dias de temporal. Parte minha é teu abrigo pra quando o céu acinzentar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário