quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Posso lhe oferecer um café?

Tomei overdose de chá verde e vi o pássaro me vigiando do alto, audacioso com suas asas, vagando por outros mundos. 
Deixe de lado toda essa pose, puxe a cadeira e se sente comigo, vamos conversar sobre a primeira guerra mundial. A casa tá uma bagunça, os móveis fora do lugar, a dispensa vazia e as portas do armário não fecham. Tuas coisas estão na caixa com teu nome grudado. 
Te dou de presente o filtro do cigarro que usei pra evaporar vestígio teu. Saiu do pulmão como um grito de dor que cicatriza antes que se note. Meu bem, não há como imitar o balé das árvores. Pra cá, gira de lado, pra lá, meio passo pra esquerda, uma volta inteira sem par. Não dê ouvidos ao som das cordas.
Me tornei garoa fina, sem trovão que te faça esconder embaixo do edredom. Calmaria pra procissão de velas brancas.

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