domingo, 25 de novembro de 2012

Pra te encaixar na horizontal de minhas palavras cruzadas

No sereno calado faço serenata de palavras no teu par de ouvidos, enquanto meus dedos te carinham o rosto. Se tocar samba no rádio você me acompanha? Sambar a dois é bem melhor que sozinha.
Quando a amargura preenche, me embalo ao som do tango. Tango de um pé só, sem tocar o chão. Tango que na rua o moço tocou.
Roupa amassada me servindo de lençol, você enciumada balançando no varal. Tua voz dita o fim pros devaneios dentro do extenso campo de rosas mortas. Eram espinhos disfarçados de alegria.
Fiquei cega com tanto barulho, tuas pernas resolveram abrir caminho em busca da saída desse labirinto de uma estrada sem fim. Um corredor interno, estreito feito o centro da cidade. Fruto das abreviações de um tempo morno, raso, cheio de atalhos em becos sem sinalização.
Teu corpo me tirou do sofá, avermelhou minhas linhas, fez poesia. Rima boa, bonita feito canção de mpb.

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