sábado, 24 de novembro de 2012

Baile de máscaras na calçada do norte

Guarde teu pranto e te acalme, pois a avenida das flores partidas num bloco qualquer há de findar. E, menina, se esse carnaval enfim começar, tua fantasia mesquinha e sandália de salto alto por peitos de corações fechados irá sapatear. Cambalear ferida no meio de dores e fortes interpretações dos que se deixaram levar por tantos amores e horrores, que só teu copo de cerveja sabe contar.
A alameda de lágrimas do bar embaixo da árvore no quintal de casa é lar dos desvairados, desacreditados, bêbados encharcados por seu próprio vômito e sonhadores alcoolizados de angústia, que tanta história tem pra ouvir e plagiar em cadernos guardados na escrivania.
Solo de guitarra, cavaquinho e pandeiro no disco que a vitrola toca, e teu óculos escuro examina diante da multidão fedorenta e sedenta por sangue. 
Toque gaita, feche os olhos e deixe pra lá. Amanhã o sol retorna e teu quarto escuro, repleto de ingratidão, terá porta aberta para a latente solidão que corta te fazer jorrar.

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