quinta-feira, 27 de setembro de 2012

É que o teu francês não me fazia bem

Eu te decifro como se fosse um mapa e te devoro sem deixar migalhas. É tão fácil te enlouquecer.
Deixe de ser tão piegas, tudo tem seu limite e você tem de concordar que eu aguentei demais. Muita poesia pra pouco gesto, e ainda esse teu lirismo equivocado de quem só quer dramatizar. Já chega de viver um conto teu.
O som das tuas palavras bateram na parede e chegaram frio aos meus ouvidos. Meu ponto de vista tem de ser considerado, afinal, não fosse eu, teu caderno amarelo acabaria no lixo com tuas tralhas todas. Tu vai me deixar na gaveta, embaixo da cama ou na mesa do computador.
Tens que parar com essa mania de pensar que está vivendo em Paris. Tua vida não é um roteiro de François Truffaut, nem foi dirigida por Woody Allen. Teu francês é péssimo, e se eu dou risada é do bico que tu faz com a boca quando cisma em cantar Coeur de Pirate. Tu desafina demais, melhor tentar outra coisa. 
É melhor que eu vá, não fui feita pro teu arco-íris, nem pra aquarela que teu otimismo derrubou em mim. Comprei teu cigarro, é besteira dizer pois sei que ele deve estar te guiando através das linhas desta carta. 
Poupe teu pranto, menina, chorar por qualquer coisa só empobrece as lágrimas.

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