domingo, 16 de setembro de 2012

Eu sei de cor

Dia desses, perdida em outro diálogo inventado na cabeceira da cama, fiquei lembrando você. É engraçado esse teu jeito que ri pra tudo. Tu fica desesperada e ri. Quer disfarçar o que errou e ri. Quer fugir e ri. Tu ri até pro carteiro que vive entregando correspondência errada e esquece o teu nome. Tu ri pro mundo mas nunca sorriu pra mim. Tu sequer me olha. 
Se a gente chegou até aqui foi porque eu te trouxe comigo, tu nem quis tentar. Saiu da rodoviária, pegou as malas e jogou no chão, se hospedou ali. Sem espaço pra visitas, um lugar longe de mim, onde eu não posso te tocar. 
Teus livros e teu violão, teus acordes e teus versos. Eu e minha solidão barulhenta demais pro amanhecer da noite. Cansei de te ter sem ter, vou te deixar voar.

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