sábado, 8 de setembro de 2012

Desligo você

Tantos dias sem chover que até a lua se escondeu. Se ela conseguisse me enxergar lá do alto, provavelmente resolveria migrar pro canto do meu olho. Ou pra debaixo dele. Só do lado esquerdo pois o direito já secou.
Na claridade do abajur a cabeça dá nova chance ao pesar. Talvez os olhos enxerguem melhor quando fechados. Me deito sozinha na cama, ouço as paredes e seus conselhos sobre a menina que tanto acompanhou. Não há quem toque a melodia do fim, a trilha sonora do nosso romance dramático com pitadas de humor desafinou. 
Teu olhar de reprovação e tuas frases feitas me fazem lembrar do início e de como era fácil deitar em você. Até o amarelo claro do teu sorriso me fazia florir. Hoje vejo que o doce mar que carrega em teus olhos é salgado demais pro meu café da manhã.
É como levar um tiro no peito e agonizar por dias sem derramar uma gota de sangue. Seria mais fácil se a metáfora fosse outra.
      
                - Tu acha que a gente vai durar?
                - Acho que a gente não passa dessa música.

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