terça-feira, 8 de maio de 2012

Sete e vinte e dois

É estranho dar vida a um sonho que nem mesmo fui capaz de sonhar. Dias atrás me disseram que a felicidade é medida em cifras depositadas no teu bolso e que um sorriso não vale um centavo.
Aqui do alto eles me parecem tão iguais, não sei em quem devo acreditar.
Sentada em meio a multidão que nada além de seu próprio ego consegue ver, estou aqui a observar. Poucos são os que me retribuem o olhar.
O casal ao lado parece interessado na menina de fone de ouvido que tanto fala, olha e ri sozinha, que só traz consigo seu caderno e um amontoado de palavras pra encaixar. Ela faz malabarismo com a caneta enquanto brinca de escrever.
Paro o relógio e fico a apreciar o azul quase que perfeito lá do céu, não fosse a nuvem que de branca já tomou o cinza das ruas. 
Os olhos vizinhos resolveram se mudar de mim, cansados de tentar entender a menina de caneta preta. Eu também cansei.

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