quarta-feira, 9 de maio de 2012

E agora o amanhã, cadê?

Pensei que já era noite e fui praí descansar, me deparei com portas e janelas trancadas. Fui pra calçada ensaiar nossa briga, só lembrei do teu colchão. A gente sabe da verdade só não quer acreditar, e eu não entendo a minha sina de gostar de quem não me quer bem. Me escondo atrás da covardia que a tua mentira conta. 
Andei te procurando nos espelhos da casa, só te achei numa moldura que deixei atrás dos livros de receita. Não queria te achar tão fácil assim.
Não é insônia, a madrugada tem o costume de deixar as palavras mais bonitas, talvez seja a falta de lucidez que o sono traz. Isso sempre me ajudou a falar de você.
Eu só tenho um copo d'água e uma televisão sem sinal, você tem uma voz pra aquecer teu ouvido. Não é cíume, são sentimentos entalados que resolveram soltar da garganta e rabiscar o restante do corpo com versos por acabar.  
Me fez bem esvaziar a estante.

  Posso te pagar um café enquanto o táxi não chega? O isqueiro tá no bolso esquerdo da calça, tem um bilhete no direito. Só leia quando sentir falta de mim.
                                   Que seja daqui a três minutos, por favor.

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