terça-feira, 22 de novembro de 2011

Das lágrimas na minha blusa

O sol se põe atrás de outro desses prédios imundos que povoam a cidade. O verde deixou de existir, o azul do céu já desbotou, o cinza empoeirado nos roubou a cor.
Da janela embaçada do ônibus observo uma multidão de almas queimadas, cheias de si. Eu vejo desespero, imagens desconexas presas no labirinto dessa cidade pequena. Ninguém sabe a saída, não há placas por aqui.
Vejo nosso quarto, onde cabia apenas o silêncio e a melancolia de mais um dia que o céu pintou. Minhas lágrimas caindo acompanhando o ritmo da chuva, e na tua cama um corpo rabiscado com versos de amor, aquele teu velho clichê. 
Sinto falta do teu gosto de cigarro na minha boca. Não foi ilusão, foi apenas um amor desacreditado, típico sonho bem sonhado que pedimos pra nunca mais acordar. Você queria ser perfeita enquanto eu só queria sorrir.

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