sábado, 12 de janeiro de 2013

Os olhos verdes das noites de verão

Dentro desse tempo morno carícias são difíceis de sentir. O pêlo do braço não arrepia mais, o suor na testa desfila pelas rugas do rosto. Teu sobrenome não casou com o meu, não rima. Foi feito na forma de outro cartório, pra outra certidão.
Se você vier, chegue cedo. Sem dor, com a palidez da cor e sem contas pra pagar. Traga abrigo pros olhos secos, trague um cigarro e me jogue pra longe. Seja encruzilhada, desate os nós feitos de nós. Erga a cabeça e me faça mansa, me faça acreditar na sua tempestade de otimismo. Tire as amarras que te cercam, leia mais pro teu cérebro não parar. Não se deixe enganar, é fácil se perder em falsas crenças e promessas de pacote fechado.
Mas se te levanta o ego, me ajoelharei no milho pra pagar penitência. Se te fará correr, gritarei tuas migalhas aos quatro ventos. Serão quantos corpos até tua boca encontrar o meu?
É sagrada minha angústia pelas curvas do quarto esperando de luzes apagadas a contagem regressiva. Você vem ou não?

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